domingo, 25 de março de 2007

A Via 1 Rio

No tempo em que as janelas dos ônibus abriam
Sentia a suave brisa vinda do rio passar por minhas aéreas
Fazia um esforço, girava o pescoço, me esticava
O universo é um infinito de detalhes
O bonito desenho de sublime contraste era recompensa

Contornando as curvas do vale, o rio se chocava com as pedras pretas
Era um exercício de vigor, uma composição de suave melodia
Que se ouvia a despeito dos gritos de motores na estrada
Aquelas águas brancas, oxigênio que permitia o rio seguir sua vida

Hoje, na ponte, eu quis ver o rio
Fiz um esforço maior
Nada de som
Nada de brisa
Nada pedras
Bolhas
Nada

No seu leito uma gigantesca massa inerte de água.

O rio está morto.


escrito em 21/11/2006

Um comentário:

Leo* disse...

Tens o poder
tens o dom
Até rios podereis acordar
Se o riso e o siso
nos homens acordar