segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Vestindo fantasias, Tirando as roupas

foto: http://downloads.open4group.com/wallpapers/1600x1200/tirando-a-roupa-26431.html
Eis que quando penso na evolução humana me surpreendo ao constatar o quanto sou dissidente. Topei há pouco com um texto (aqui) que ressuscita um  velho dilema que de tão velho nem sabia que existia. O dilema da roupa íntima, que para muitos já teria sido debatido em excesso ao ponto de se chegar a conclusões obvias como calcinha bege é feio, cueca furada não pode e tanguinha nem pensar.Tanguinha?
Então vamos lá, qual deve ser a importância de escolher a roupa de baixo, roupa intima lingerie ou qualquer outro nome que se dê a ela.
Se a percepção feminina transforma a escolha da lingerie em uma missão que chega a ser um ritual desejado, pensado e planejado segundo propósitos e combinações, não é de se estranhar que se torne broxante quando o parceiro arrancar aquela calcinha tão idealizada, parece que o esmero na escolha da peça de roupa não foi da mesma forma considerado quando da escolha do parceiro. Se elas sabem pra quem estão se vestindo também espera-se que saibam a forma que serão despidas.
Não consegui encontrar no baú das reminiscências nenhuma referência à obrigatoriedade de se começar pelas beiradas, parece-me que nunca foi uma exigência de minhas parcerias sexuais que se começasse a comer pelas beiradas, ao contrário, há momentos de fome extrema que requerem que se arrancam fora panos, rendas, elásticos, fechos se quebram, botões são arrancados, e aquela roupa escolhida a dedo ali jogada num canto dá provas de dever cumprido, passando a não ter mais nenhuma importância naquele momento do encontro.
Ela não escolheu por acaso? Aquele encontro planejado que promete ‘mais’ foi antecedido por um ritual de escolha, longos minutos pra eleger a peça certa a ser usada. A que combine com o corpo, valorize as curvas, empine a bunda, que a deixe linda. Precisamos mesmo entender o que a roupa quer dizer? Sim, mulheres são criaturas meticulosas – e fantásticas.
Ela vai eleger a peça a ser usada de acordo com a roupa escolhida, conforme a ocasião, se casual ou não, de acordo com o tempo, e, principalmente, segundo o estado de espírito. Ela vai se olhar no espelho duas vezes pra ver se caiu bem.
Se a garota opta por um vestido leve, por exemplo. Bem poderia estar sem calcinha, não deixa marcas sob a roupa, o contorno dos quadris fica ainda mais evidente. Se o parceiro não for um ogro perceberá o detalhe deliciosamente excitante e passará todos os momentos que antecedem à revelação alimentando suas fantasias e aquecendo o desejo, ele estará pronto para admirá-la, sentir suas curvas, revelar o tesão, elogia-la, Fale de sua pele, de seu cheiro, de suas formas.
Se ela escolheu um sutiã tomara-que-caia, parece-me que tanto tempo de escolha foi desperdiçado, pois não há coisa mais inadequada para uma mulher possa usar em um encontro promissor. É feio e desajeitado, nunca vi um que valorizasse as formas dos seios, que aliás penso serem naturalmente belos e dispensam ser modelados por sutiãs com barbatanas metálicas, bojo com formato ou um recheiosinho que lhes aumente o volume. Na dúvida, não use.
Homens tem naturalmente alguma dificuldade em lidar com detalhes que as mulheres tiram de letra, dificuldade em abrir um sutiã que pode ter fechos laterais, traseiros, dianteiros ou nenhum, e não veem com manual de instrução que possamos consultar quando precisamos abrir. Na dúvida meninas, encarreguem-se de tirá-los vocês mesmas, assim não correrão o risco de terem seus peitos esmagados ou os braços torcidos por um amante mais desajeitado.
Atentem-se também ao fato de que existem habilidades natas e adquiridas alguns saberão lidar tão bem com suas vestes quanto saberão lidar com seu corpo. Outros não terão para uma ou outra coisa, ou nenhuma.
Eu tenho preferência por encontros eróticos onde não precisamos ficar planejando os passos, aqueles nos quais sem perceber como isso aconteceu já estamos nus, corpos ardentes misturando nossos cheiros e fluidos em um lúbrico bailado.
Se já namorarem há algum tempo, continue sendo carinhoso e demonstre o seu desejo, considere que cada transa é um passo na evolução, deixe-a perceber que você está atento às transformações naturais das curvas dos corpos, ao amadurecimento das ideias e, principalmente ao prazer, que tende a se intensificar conforme a cumplicidade cresce.
Deixe a sua amante (aqui esse termo é usado sem os preconceitos ligados a ele pela cultura de nossa sociedade machista. Amante aqui é a mulher amada que se entrega aos prazeres desse amor e desfruta-os com tesão) à vontade para vestir-se e despir-se sem embaraços, deixe claro que você não espera que ela esteja sempre com uma calcinha 0km com rendinhas laços e transparências como se estivesse embrulhada para presente.
Deixe-a saber que você sabe que  mulher gostosa de verdade é mulher que goza e se entrega ao gozo sem se render aos apelos do mercado que a tornam muito mais um objeto de vitrine, coberta pelas lingeries da moda que custam caríssimo. Assim, ela vai ter a certeza do seu carinho e atenção. A essa altura da conversa, você já sabe quem ganha com isso.
Um homem que observa a companheira, que busca conhecer seus desejos e procura se aproximar deles, e comenta sobre a sua satisfação em ser seu parceiro e que ainda tem sensibilidade para perceber sua roupa íntima, ajuda a escolher ou dá de presente faz massagem no ego dela sabendo muito bem o que está fazendo.
Caras, cueca furada ou encardida jamais, mulheres não gostam de homens desleixados, valem banhos, sabonetes, perfumes (sem exagero), hidratantes...
Por fim, comentem sempre e elogiem as roupas bonitas a produção caprichada, mas não gaste tempo e verbo demais com isso, o mais importante é o bombom dentro da embalagem, muitas vezes o bombom está se derretendo pelo calor e você vai ter que dar aquela lambidinha na embalagem pra não perder nada do delicioso petisco.
O bom mesmo é o desejo não deixar brechas pra ficar pensando em como tirar roupas.

4 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

é, saber despir é uma arte que poucos dominam...
belo texto!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
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